Uma torcida fanática. Um estádio místico. Uma história com glórias,
quase todos os títulos possíveis e capítulos tristes. Ressurreições
apoteóticas. E uma característica em comum: o manto vermelho cor de
sangue, de paixão e do fervor que move os aficionados pelo Liverpool
Football Club, um dos maiores clubes do mundo e também o maior vencedor
de taças europeias em toda Inglaterra.
Fundado em 03 de junho de 1892, o time de Anfield tem orgulho de suas
glórias, de sua gente e de craques e personagens que ajudaram a
construir essa história que já tem mais de 120 anos. Mas, muito antes de
se destacar pela cor vermelha da camisa até as meias, o time tinha,
acredite, as cores do maior rival local – o Everton.
O uniforme principal do Liverpool em seus primórdios era composto por
camisa mesclada em azul e branco, calções azuis e meias azuis. A partir
de 1894, o clube decidiu adotar o vermelho, a cor da cidade, como
principal e deixou de lado o azul definitivamente em 1896, quando a
camisa vermelha se uniu ao calção branco e as meias vermelhas.
Entre 1900 e 1902, o kit dos Reds ganhou até um cinto vermelho e branco como parte integrante do uniforme, mas a “amarração” foi abandonada rapidamente.
Naquele começo de século, o clube passou a adotar como emblema o Liver
bird, símbolo da cidade inglesa, mas que só foi incorporado ao uniforme
nos anos 50. Nesse período, o clube sempre vestiu o vermelho e o branco,
com apenas algumas mudanças nas cores das meias, que foram pretas entre
1907 e 1910 e em alguns anos da década de 30, e zebradas em vermelho e
branco em boa parte das décadas de 40 e 50.
A mudança definitiva na identidade do Liverpool ocorreu em 1964,
quando o lendário técnico Bill Shankly, antes de um jogo contra o
Anderlecht-BEL, pela Liga dos Campeões da UEFA de 1964-1965, pediu para
Ronnie Yeats vestir um calção vermelho.
Quando o jogador se perfilou todo em vermelho, Shankly se maravilhou
instantaneamente e fez com que a diretoria passasse a usar daquele dia
em diante um uniforme totalmente vermelho, para mostrar perigo e poder
aos adversários.
Contra o Anderlecht, em 25 de novembro de 1964, o Liverpool estreou
sua vestimenta “totally red” e goleou os belgas por 3 a 0. Pronto. A
mística do clube tinha acabado de nascer. Nos anos seguintes, a equipe
deixou de ser apenas um clube mediano da Inglaterra para se transformar
na maior potência do país com uma enxurrada de títulos conquistados nos
anos 60 e, sobretudo, nos anos 70 e 80, com destaque para quatro Ligas
dos Campeões, duas Copas da UEFA, uma Supercopa da UEFA, 13 Campeonatos
Ingleses e outros tantos títulos que fizeram dos Reds um ícone em todo mundo.
O Liverpool inovou, também, ao ser o primeiro clube de seu país a
exibir na camisa o logotipo de um patrocinador – a Hitachi, em 1979.
No final dos anos 80, a equipe passou por momentos conturbados por
causa de tragédias envolvendo seus torcedores em Heysel (BEL), em 1985, e
Hillsborough (ING), em 1989. Mas esses episódios tristes serviram para
que o clube desse a volta por cima e voltasse a brilhar nos anos 90 e
2000 com mais títulos continentais, nacionais e uma incrível Liga dos
Campeões em 2005.
Nesses anos, a equipe sempre vestiu o vermelho, com apenas algumas
variações feitas por diferentes fornecedores de materiais esportivos, e
deixou para os segundos uniformes o espaço para as mais variadas cores
como cinza, verde, azul, amarelo, branco, preto, violeta e outras
combinações bastante exóticas e consideradas horripilantes por alguns
torcedores – principalmente as mais recentes, feitas pela Warrior.
Experiências com cores a parte, o fato é que o Liverpool se fez
conhecido e vencedor vestindo o vermelho, cor que mais combina com uma
torcida apaixonada, exigente e pulsante. E que combina com um clube
icônico que dispensa apresentações.
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